Determinadas circunstâncias – como o surto de Covid-19 no elenco profissional – elevaram a utilização dos garotos do Ninho na passagem de Domènec Torrent pelo Flamengo, contudo, o espanhol, por vezes, optou por atletas mais jovens em detrimento de outros nomes mais experientes. Neste primeiro mês de seu sucessor, Rogério Ceni, os atletas da base perderam espaço, por outro lado. O treinador, com jogos decisivos em seu início de trabalho, teve essa preferência.
O caso mais evidente é o de Natan. Em setembro, com os quatro defensores do elenco profissional afastados com Covid-19 (Rodrigo Caio, Gustavo Henrique, Léo Pereira e Thuler), o zagueiro do Sub-20, até então, foi alçado ao time titular do Flamengo. O bom desempenho fez com que o camisa 31 passasse a ser frequentemente utilizado por Dome, em jogos da Libertadores e em clássicos no Campeonato Brasileiro, como no 5 a 1 sobre o Corinthians e o 2 a 2 com o Internacional, quando Léo Pereira e Thuler estavam à disposição, no banco.
Nas seis primeiras partidas de Rogério Ceni, Natan só atuou por 45 minutos, entrando na etapa final do empate em 1 a 1 com o Atlético-GO. Contra o São Paulo, nos dois jogos pela Copa do Brasil, e diante do Racing, no jogo de ida pela Libertadores, o zagueiro não foi acionado. Vale ressaltar que, contra o Coritiba e na volta contra o Racing, o defensor cumpriu suspensão por cartão.
A opção de Rogério Ceni pelos atletas mais experientes – como Léo Pereira e Gustavo Henrique, apesar de questionados pelos desempenhos antes da chegada do treinador -, já foi, inclusive, justificada pelo comandante por este fator. Além disso, logo que iniciou o trabalho no Ninho, Ceni aproximou-se das lideranças do elenco. No gol, por exemplo, devolveu a titularidade a Diego Alves – que, lesionado por mais de um mês, havia perdido a vaga para Hugo Souza.
Além de Natan, quem teve a ausência questionada nos jogos do Flamengo sob o comando de Rogério Ceni foi o lateral-esquerdo Ramon. De características ofensivas, diferentemente de Renê, o garoto do Ninho não foi utilizado pelo treinador, mesmo no período em que o titular Filipe Luís esteve fora por lesão.
Nos três meses de Dome no Flamengo, Ramon disputou oito partidas, sendo titular uma vez na Libertadores e outra no Brasileirão, e teve o desempenho elogiado, contribuindo com o time com duas assistências em 12 jogos no ano.
É um cenário similar ao de Gabriel Noga, que ainda faz parte do elenco Sub-20 do Flamengo. Contudo, o jovem, com passagem de destaque pela base da Seleção Brasileira, também não foi acionado por Rogério Ceni. Lincoln, por sua vez, só entrou no fim: atuou por 11 minutos contra o São Paulo, na derrota por 3 a 0 que resultou na queda na Copa do Brasil, no Morumbi, e oito minutos no empate em 1 a 1 com o Atlético-GO, no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro.
Por outro lado, há jogadores formados nas divisões do clube que receberam oportunidades neste início de trabalho de Rogério Ceni. Thuler, por exemplo, começou a passagem como reserva, mas, após três jogos sem ser utilizado, foi surpresa na escalação contra o São Paulo, no jogo de volta da Copa do Brasil, seguindo como titular contra Coritiba e Racing, na Argentina, onde foi expulso.
O lateral-direito Matheuzinho, por sua vez, foi titular em três jogos (duas vezes contra o São Paulo, na Copa do Brasil, e diante do Atlético-GO, no Brasileirão) em período que Isla estava a serviço da seleção chilena. Contudo, quando o titular sentiu no aquecimento da partida contra o Racing, em Buenos Aires, Ceni optou por improvisar o lateral-esquerdo Renê, mais experiente, na função.
Por: Lance