Vanderlei Luxemburgo foi sincero e correto após o Vasco perder para o Flamengo, por 2 a 0, nesta quinta-feira. Com seu time oferecendo quase nenhuma resistência, ele disse o óbvio: o rubro-negro está em “outro patamar”.
Mesmo com seguidos erros, o elenco flamenguista é tão poderoso que o clube só depende de si para ganhar novamente o Brasileiro.
Bem diferente de dois dos seus três grandes rivais. O Fluminense surpreende e, mesmo com elenco modesto, ainda está perto de vaga na Conmebol Libertadores.
Já o Botafogo está virtualmente rebaixado. O Vasco vai ter que brigar até a última rodada para não ter o mesmo destino.
A situação me faz lembrar um gesto de grandeza do clube europeu por qual tenho maior admiração (isso não quer dizer torcida). Em 2004, o Bayern de Munique teve um ato que mostrou esse gigantismo.
Na época, o seu único rival real de peso na Alemanha estava à beira da falência. Eram dias difíceis para o Borussia Dortmund, mergulhado em dívidas.
O Bayern, que já havia auxiliado com dinheiro seu rival de cidade, o 1860 Munique, ofereceu um empréstimo de 2 milhões de euros, sem juros, ao Dortmund. Esse dinheiro (que foi aceito) sozinho não resolveu ajudar todos os problemas, mas com certeza auxiliou o rival a se reerguer (hoje novamente é gigante).
Recentemente, Uli Hoeness, o presidente do Bayern explicou o motivo da ajuda. “Quando vimos que eles não podiam pagar os salários dos jogadores, decidimos que deveríamos ajudar. Sou um grande fã das rivalidades no esporte. Era a coisa certa a fazer”.
O Flamengo não tem tanto dinheiro como o Bayern e ainda tem muitos dos seus problemas para resolver.
Mas caminha para ser tão soberano no futebol carioca como é o Bayern na Alemanha. Mas deve sempre lembrar do ensinamento do presidente do Bayern. O futebol vive de rivalidades. Vai chegar a hora de estender a mão para Botafogo, Fluminense e Vasco. Para o bem do Flamengo mesmo.
ESPN: Paulo Cobos