É pesado o clima nos bastidores do Campeonato Brasileiro da Série A. De um lado, o Flamengo; do outro, os outros 19 clubes e a força da CBF. Incomodados com posturas recentes do Rubro-Negro em disputas fora das quatro linhas, parte considerável dos times trata a disputa com o time da Gávea como “guerra” e estuda até retaliações na esfera jurídica.

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A paciência dos dirigentes dos clubes envolvidos e da confederação foi ficando pelo caminho durante a última semana e deixou de existir entre anteontem (26) e ontem (27). No início, a irritação era pela pressão exagerada do Flamengo pela volta do público já em 4 de outubro, enquanto um acordo informal sinalizava para uma avaliação da possibilidade apenas para o segundo turno do Brasileiro, em novembro.

Sábado, uma reunião entre clubes e CBF determinou que, por enquanto, o veto ao público nos estádios está mantido. O Flamengo não participou do encontro, que teve 19 votos a zero contra o retorno dos torcedores aos jogos. O Rubro-Negro justificou a ausência dizendo que a reunião era uma convocação da Comissão Nacional de Clubes e que, por isso, era apenas um convidado, no que foi contestado pela confederação.

Não bastasse isso, a disputa com CBF e Palmeiras nos bastidores pelo adiamento do jogo deste domingo aumentou ainda mais o desgaste. Enquanto clubes e confederação ajustavam uma nova regra, segundo a qual um time com no mínimo 13 jogadores está apto a jogar, o Flamengo pediu duas vezes ao STJD para suspender a partida. Não conseguiu, mas se beneficiou de ação na Justiça comum em pedido do Sindeclubes, sindicato que é presidido por um funcionário do Rubro-Negro.

Em conversas entre os dirigentes e relatadas ao ‘UOL Esporte’, alguns citavam a “soberba” do clube da Gávea. “Chega!”, chegou a decretar um deles.

Foi então que começou uma avaliação interna de possíveis retaliações ao agora inimigo geral. Pedidos de punição exemplar foram citados. Os cartolas lembravam itens do regulamento geral da competição que preveem duras penas ao time que se beneficia de despachos da Justiça comum. Apesar de o STJD ter mantido o duelo com o Palmeiras, ainda prevalece a definição da desembargadora do TRT-RJ.

À reportagem, ao menos 13 clubes falaram em tom de rompimento total com o Flamengo, enquanto outros evitaram se manifestar. Enquanto aguardam as tentativas da CBF para manter o jogo de ontem, os clubes já articulam uma reunião hoje para deliberar sobre os próximos passos.

Por: UOL