O plano do Flamengo de ter um clube em Portugal inclui a fundação de uma empresa internacional, atuação na gestão e metas esportivas nas competições europeias. Esses detalhes já foram apresentados ao Conselho de Administração em informação à qual o blog teve acesso. Ainda não há um contrato e o projeto ainda está em fase de captação de investimentos.

Quem toca o projeto é a consultoria “Win The Game” e o banco BTG. Foram as empresas que fizeram o plano, apresentado ao órgão de poder do clube. Em paralelo, há negociações com um clube português, o Tondela.

O plano prevê que seja criado o Clube de Regatas Internacional, em uma offshore, para gestão da marca do Flamengo internacionalmente. A empresa teria como único dono o próprio clube associativo.

Essa empresa cederia os direitos de uso da marca apenas para Portugal a uma segunda empresa, fundada junta com os investidores captados. Pelos documentos, os investidores deveriam ter 60 a 65% da empresa em Portugal, e o Flamengo 30% a 35%. Isso vai depender de uma avaliação da EY.

A partir daí, é traçado um plano em cinco pontos:

1) O Flamengo tem a expertise de usar o capital para investir em jogadores e estrutura
2) Isso iria melhorar os resultados esportivos em competições europeias
3) Haveria um aumento de prêmios e mais exposição de atletas e patrocínios, gerando mais receita
4) O valor do clube cresce
5) Há geração de liquidez para o investidor e uma nova onda de investimento

O plano é feito para 10 anos. Pelas metas propostas, o clube chegaria à Conference League em dois anos. Com quatro anos, iria obter uma vaga na Europa League. Por fim, o objetivo é atingir a Champions em um prazo de sete a oito anos. Há a análise que Portugal conta com quatro times que têm ocupado as vagas europeias, deixando duas livres. A partir da chegada à Europa League, seria necessário novo investimento, com os donos do capital inicial ou novos.

“O investimento necessário para adquirir um clube de meio de tabela e levá-lo para uma competição europeia é bem mais baixo do que o investimento nas cinco maiores ligas, mas isso está mudando”, diz o documento, que cita a oportunidade de negócio.

Além de ceder a marca, o Flamengo iria ter três papéis no desenvolvimento do projeto esportivo:

1) Financeiro, com orçamento e aprovação de financiamento
2) Seleção e formação de profissionais para divisão de base, e desenvolvimento da estrutura esportiva
3) Desenvolvimento de marca, negociações conjuntas de patrocínio.

Ou seja, além da marca, o clube carioca teria de levar sua expertise para Portugal para o crescimento do clube do qual será dono. O Flamengo, portanto, aposta que sua fórmula vencedora no Brasil pode ser replicada em Portugal.