Os meses de junho e julho terão eventos até 2024: em 2022 jogos classificatórios para a Copa-2022, em 2023 os torneios já citados de Ásia, África e Américas do Norte e Central e em 2024 a Eurocopa e a Copa América. O que fazer?

Há propostas: 1) manter para meados de 2023 e tirar o torneio da China, que receberá a Copa da Ásia. Esse plano é visto como ruim dentro da entidade por dois motivos: os clubes estarão desfalcados de alguns atletas em suas seleções e já há pré-acordos comerciais firmados principalmente com empresas chinesas.

2) realizar o torneio em 2023 no fim do ano, entre novembro e dezembro. Problema aí é calendário, já que seria meio de temporada na Europa. Já há uma briga entre as confederações e os clubes ricos com a possibilidade da criação de uma liga europeia fora da jurisdição da Fifa e da Uefa, que gerou reação dura das entidades com ameaça até de punição aos atletas.

Classificatório:

Mesmo com tudo isso a ideia se mantém em um torneio de 24 clubes, com ao menos oito europeus e seis sul-americanos. O critério de classificação ficará a cargo dos continentes, com uma exigência única da Fifa: que seja por critério técnico, não por convite.

A Conmebol ainda não havia decidido como faria essas indicações para o torneio adiado que estava previsto entre 17 de junho e 4 de julho de 2021, mas era certo que os quatro últimos campeões da Libertadores entrariam. Por esse critério se o torneio de fato ocorrer em 2023 como projeta a Fifa, o Flamengo e o Palmeiras, campeões das edições da Libertadores em 2019 e 2020, respectivamente, estariam dentro. A direção palmeirense, que está no Qatar para a disputa do Mundial-2020, recebeu inclusive essa sinalização.

As duas últimas vagas da Conmebol seriam via Copa Sul-Americana ou de vice-campeões da Libertadores. Essas duas situações, entretanto, precisam passar por avaliação do Conselho da Conmebol já que pode levar até a realização de confrontos classificatórios, espécie de “pré-Mundial”, o que pode ser dificultado pelo calendário já apertado no continente.

Entrave:

A Fifa projeta prêmios milionários aos participantes do Super Mundial para convencer os europeus de que valerá a pena tirar parte das férias e da pré-temporada de seus jogadores, já que o plano é que o torneio seja realizado entre junho e julho a cada quatro anos, nos ímpares que antecedem às Copas do Mundo. O campeonato substituiria no calendário a Copa das Confederações de seleções, considerado deficitário e serviria de evento-teste para o país-sede da Copa do Mundo.

Para 2021 foi escolhida a China e não o Qatar, que terá a Copa do Mundo de 2022, por duas questões: geográfica, já que no meio do ano o calor é muito forte no Oriente Médio, mas também comercial já que os chineses hoje são dos principais parceiros da Fifa, que há tempos promete uma competição de alto nível por lá.

Pré-agendado para 2021, o Super Mundial foi adiado pelo aperto no calendário causado pela covid-19. Cancelados em 2020, a Euro e a Copa América serão realizadas em 2021 no período pensado para o torneio da Fifa.

Em 2022 haverá a Copa do Mundo, que mesmo realizada entre novembro e dezembro, para amenizar o calor qatariano, afetará o calendário: no meio do ano, por exemplo, ainda haverá jogos classificatórios de repescagem para a Copa, portanto é inviável ter um encontro mundial de clubes.

Para 2021 a Fifa já confirmou o Mundial mantido no formato atual, em dezembro no Japão, com sete participantes — o campeão de cada continente, mais um representante do país-sede.

Retirado de: Blog do Marcel Rizzo