O Flamengo empatou com o Red Bull Bragantino fora de casa no domingo (7) e perdeu mais uma chance de liderar o Campeonato Brasileiro, passando também a não depender apenas de seus próprios resultados para alcançar o segundo título consecutivo.

Em campo, embora várias chances tenham sido criadas no ataque, parando muitas vezes no goleiro Cleiton, o técnico Rogério Ceni foi mais uma vez criticado, agora por dar pouco tempo a Gabigol e Pedro juntos no ataque.

No podcast Posse de Bola #98, Arnaldo Ribeiro afirma que entende a preocupação do técnico rubro-negro, mas que ele deveria ter aproveitado por mais tempo a formação com dois centroavantes, podendo tirar Bruno Henrique durante o segundo tempo, mas não necessariamente montar um time cheio de atacantes.

“O que eu acho é que o Rogério chegou a uma situação, o jogo estava aberto, difícil, o Flamengo já com menos pernas e não era fácil alterar, ao mesmo tempo, o jogo estava muito perigoso. Ele quando tem o amarelo do João Gomes, que aliás, é um ótimo jogador, vai dar ótimo volante, e ele tem problemas no meio de campo, ele tinha que arriscar alguma coisa ou na proteção ou na finalização”, diz Arnaldo.

“Eu entendi que o time jogava bem, então ele tinha um pé atrás para fazer uma mexida, não apenas no domingo, contra o Bragantino, em outras situações, vale Bruno Henrique sair e jogarem Pedro e Gabigol para algumas circunstâncias. O Gabigol e o Pedro são os dois melhores finalizadores do futebol brasileiro, o Bruno Henrique não é um grande finalizador, não tinha contra-ataque, só quando o Bragantino errava a saída de bola e errava, arriscava algumas vezes. Então não é cinco atacantes. Bruno Henrique sai, entra Pedro e joga com dois centroavantes, como jogam 500 equipes do país”, completa.

O jornalista afirma que Pedro é o melhor reserva do futebol brasileiro e que, em uma situação na qual o time estava empatando e com a necessidade vencer para assumir a liderança do campeonato, ele deveria ter mais tempo em campo, de preferência ao lado de Gabigol.

“Você tem o melhor reserva do país, essa é a questão, você tem o melhor reserva do país na tua mão, você precisa ganhar o jogo, o cara não pode jogar só 5 minutos. Não é garantia, mas é uma possibilidade, ninguém tem Pedro no banco, certo? O Bragantino tem o Tubarão no banco, não tem o Pedro”, diz Arnaldo.

O jornalista afirma que em sua carreira como técnico, Rogério já demonstrou em outras oportunidades a dificuldade para definir o momento de fazer as substituições, como no jogo diante do Red Bull Bragantino.

“A carreira do Rogério no São Paulo, no Fortaleza, no Cruzeiro e no Flamengo, tem uma certa dificuldade de acertar o timing da substituição. São vários treinadores assim, não é só ele, e o Rogério falava para a gente antes, durante a pandemia, que ele estava tentando, antes da volta do futebol, decifrar como poderia aproveitar melhor cinco substituições, que até hoje ninguém conseguiu me dizer ‘esse cara aproveita bem as cinco substituições’”, diz Arnaldo.

“Eu acho que ele ainda não, é natural, não é só ele, são vários, a grande maioria, e ontem [domingo] ele fez cinco substituições em cinco minutos. Eu entendo o dilema de mexer em um time que está jogando bem, mas que ao mesmo tempo está com a língua de fora e tem os seus problemas”, conclui.

Retirado de: UOL