A dois dias do primeiro jogo contra o Flamengo pelas oitavas de final da Libertadores, o Racing vive mais uma capítulo de sua crise, dessa vez fora de campo. Ídolo do clube, o ex-atacante Diego Milito anunciou neste domingo que deixará o cargo de diretor técnico, por divergências com o presidente Victor Blanco.

Em um vídeo divulgado na internet, Milito disse que não tem problemas pessoais com o dirigente, mas decidiu sair da diretoria no próximo mês porque “não compartilha do modelo de gestão e das ideias do presidente”.

— Não tenho nada pessoa contra Victor, a quem respeito e entendo que deixa tudo pela instituição. Simplesmente, ele tem um modelo diferente com o qual não concordo. Mas ele tem o poder, como máxima autoridade, de escolher as políticas e as linhas por onde quer levar o clube – afirmou Milito, em mensagem dirigida aos torcedores do Racing.

Crise também dentro de campo

Em outro trecho do vídeo, Milito lembra que dedicou os últimos três anos na tentativa de profissionalizar o futebol do Racing, principal razão de divergência com a diretoria.

— Creio que houve êxito. Com erros e acertos, os resultados estão à vista. Mas evidentemente não fui capaz de convencer, sinto que não fui ouvido e por isso deixo espaço para que possam seguir com suas ideias – comentou.

Segundo a imprensa argentina, a presença do diretor amador Adrián Fernandez ao lado de Victor Blanco no treinamento da equipe domingo passado foi a gota d’água para Milito, e intensificou o racha na diretoria.

O clube de Avellaneda vive também uma crise técnica dentro de campo, com muitos jogadores machucados e quatro derrotas seguidas pela Copa Liga Profissional da Argentina. Pressionado pela má fase, o técnico Sebastian Beccacece joga todas as suas fichas no duelo contra o Flamengo.

Depois de receber o time carioca em Avellaneda na próxima terça-feira, o Racing vai enfrentar o Flamengo no Maracanã no dia 1º de dezembro, valendo vaga nas quartas de final da Libertadores.